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Comida de criança...

Comida de criança...

Recentemente, durante o atendimento de uma mulher, na faixa etária dos 50 anos, que me procurou devido a um diagnóstico de esteatose hepática (gordura no fígado) tive uma surpresa e queria muito conversar com vocês sobre esse assunto...

Naquele momento, estávamos falando sobre seus hábitos alimentares, sua relação com a comida e seus sentimentos ao realizar as refeições. Tudo muito tranquilo para uma consulta que objetivava melhoria da sua alimentação em busca de qualidade de vida e adequação de seus exames. Mas de repente ela me trouxe a seguinte frase: “Sabe Mônica, há alguns anos que parece que virei criança!! Ultimamente, só tenho comido waffer, chips, guloseimas, nuggets, biscoito recheado e miojo”. E eu?! Me assustei!!

Ao escutar isso fiquei pensando muito sobre esse assunto... Mas muito mesmo!! E aí me veio o questionamento: Desde quando esse tipo de “produto” é comida de criança?

Pois essa foi a relação que ela me trouxe, concordam?!

Então... Comida de criança para mim é arroz, feijão, carne, frutas, verduras, legumes!! Isso sim é comida de criança!!

E para vocês, o que é comida de criança?

 

Ultimamente, vivenciamos uma mudança de hábitos e DESqualificação da alimentação que faz com que as pessoas pensem que comida de criança são alimentos ricos em gorduras de má qualidade nutricional e açúcar refinado. Mas quando foi que nos perdemos tanto e começamos a considerar alimentos ultraprocessados como comida de criança?

Se vocês me permitem vou fazer umas considerações... Talvez alguns de vocês não concordem com o que vou escrever, mas opinião ainda pode ser individual, não é mesmo?!

1° - A mídia faz uma superprodução para esses alimentos, fazendo com que pais, mães, avós, tios e outros entendam que criança tem que comer esse tipo de alimento.

2° - “Status”!! Para alguns comida de verdade (tipo arroz, feijão, frutas, verduras, carnes, ovos etc) é sinônimo de dificuldade financeira, pois salgadinhos de pacote e biscoito recheado demonstram que a família teria uma condição melhor.

3° - A correria do dia-a-dia faz com que busquemos opções rápidas e que não nos traga trabalho no preparo.

4° - Inabilidade na cozinha. Já que hoje em dia não há o estímulo, a aprendizagem de cozinhar desde cedo como existia antigamente quando a avó chamava a neta para produzir uma massa caseira, um bolo de fubá, uma cuca...

 

São muitas hipóteses para que tenhamos essas mudanças, mas será que para a nossa saúde isso vale a pena?

Claro que é normal que, eventualmente, uma criança coma uma guloseima, um bolo de chocolate ou um brigadeiro durante uma festa infantil ou um piquenique na escola, até mesmo durante uma confraternização e um lanche diferente. Isso é normal e saudável!! O que não é normal é que a alimentação de crianças e, também adultos ser baseada nesse tipo de alimento.

O Guia Alimentar para a População Brasileira é bem claro e define que devemos ter uma alimentação baseada em alimentos regionais, in natura e minimamente processados. Sendo assim, consumir grãos, cereais, oleoginosas, frutas, verduras, carnes, ovos e peixes são a melhor opção para a nossa alimentação diária.

Sobre tudo isso a minha dica é: Volte a cozinhar!! Encontre o prazer de preparar uma macarronada ao invés de preparar um miojo. Faça um bolo de chocolate com cacau em pó ao invés daqueles de pacote. Saboreie um suco de laranja natural ao invés de um refrigerante de laranja e curta o momento de preparo com as pessoas que você ama!!

Beijos da Nutri Mônica Vohlbrecht