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Aditivos alimentares e TDAH

Há pouco tempo atrás escrevi um texto alertando pais e responsáveis dos perigos do uso de alimentos ricos em aditivos alimentares, principalmente com relação ao câncer. E hoje gostaria de falar um pouquinho mais sobre essas substâncias que, além de estarem relacionadas ao câncer, estão sendo estudadas e relacionadas a outras doenças, como por exemplo, as alergias alimentares e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

 

Quem hoje em dia não conhece uma criança que foi diagnosticada com esse problema?

Claro que sabemos que existem muitos “falsos diagnósticos” já que uma criança que corre, faz estripulias, brinca e se diverte está um pouco fora da realidade observada hoje em dia, pois a grande maioria passa horas em frente aos eletrônicos e quase não “incomoda” os adultos. No entanto, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma doença e deve ser tratada, não se subestimando o problema, principalmente, por trazer consequências importantes no aprendizado dos pequenos.

O transtorno é definido como um distúrbio com sinais de falta de atenção e impulsividade, não adequadas ao nível de desenvolvimento que pode ser classificado como ligeira (quando a criança apresenta ligeiros sintomas, sendo observado pouco ou nenhum prejuízo para a criança, na escola ou na sua função social), moderada (grau intermediário, isto é, entre leve e grave, os sintomas são evidentes e podem trazer prejuízo funcional para a criança) e grave (muitos sintomas são observados, tornando o diagnóstico evidente, nota-se grande prejuízo na escola, em casa e com seus pares).

 

Atualmente está cada vez mais comum encontrarmos crianças que necessitam de cuidados e associação com o consumo de alimentos que contêm corantes e conservantes artificiais. 

Sendo que o transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um deles!!

Sabe-se que na hiperatividade situacional ocorrem reações eventuais a estressores biológicos desencadeado por substâncias medicamentosas, tóxicas ou alimentares. Isso ocorre devido a reação hipercinética provocada por agentes tóxicos alimentares, alguns tipos de molhos, cereais de pacotes, salsichas, queijos e açúcar refinado que pode provocar algum tipo de sensibilidade idiossincrática.

Que monte de palavras difíceis não é mesmo? Hehehe, o que estou querendo dizer é que a alimentação influencia nos processos do corpo para o desencadeamento da doença.  

Estudos têm observado que o comportamento hiperativo surge normalmente na fase pré-escolar, em decorrência de outra doença ou da ingestão de certas substâncias, como os aditivos alimentares (corantes e conservantes artificiais, especialmente). 

Esse distúrbio neurofisiológico é prejudicial à aprendizagem para crianças em idade escolar, devido a isso é importante pensarmos em restringir ou até mesmo eliminar da dieta dessas crianças essas substâncias, pois estudos vem demonstrando que mediante a exclusão há mudança positiva no comportamento e controle de sintomas.

Existem diversos tipos de aditivos químicos, usados em diferentes tipos de alimentos, inclusive naqueles que nem imaginamos que possa existir. Está aí o porquê de eu insistir tanto para que meus pacientes leiam os rótulos alimentares!!

Entre os corantes que influenciam no comportamento humano destacam-se a tartrazina, amaranto, vermelho ponceau, eritrosina, caramelo amoniacal, com relação aos conservantes destacam-se os derivados de ácido benzoico e o ácido sulfídrico, como também o sulfito que podem induzir à hiperatividade.

 

Onde são encontrados?

Esses aditivos são encontrados em salgadinhos, balas, chicletes, sorvetes, cremes, bebidas infantis, isotônicas e energéticas, gelatinas, doces, iogurtes, sucos em pó, laticínios, geleias, caramelos, cereais, licores, frutas em caldas, sobremesas, refrigerantes e margarinas.

 

Devemos restringir por completo na alimentação de todas as crianças?

Ainda são necessários mais estudos que comprovem essa ideia, pois é controversa essa associação. Todavia acredito que o alerta seja necessário, tendo em vista que os estudam indicam possíveis riscos e há um alto consumo dessas substâncias principalmente entre crianças.

Recomendo o consumo com consciência. Assim, papais e mamães evitem que seus filhos comam quantidade elevadas e frequentes desses alimentos. Eventualmente, o consumo de iogurte com sabor e de queijos industrializados, por exemplo, não trará problemas, mas o consumo contínuo, sem uma alimentação saudável pode trazer consequências graves futuramente.

Incentive as crianças a consumir frutas, verduras e legumes até mesmo nos momentos de recreação com os colegas. Ensine sobre alimentação saudável e invista um pouco de tempo realizando preparações caseiras que não contenham aditivos químicos e que você saiba exatamente o que está ofertando para suas crianças. Aproveite o momento de preparo para convidá-los a participar da execução do alimento, assim despertará mais curiosidade e vontade de provar a refeição.

Um forte abraço e até a próxima!!

Mônica Vohlbrecht