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"Amamentação - alicerce da vida"

Entendendo melhor os processos para o aleitamento materno...

Acredito que não seja novidade para vocês que o aleitamento materno é importante tanto para a mãe quando para o bebê, não é mesmo?

Mesmo assim hoje venho conversar sobre esse assunto, pois ainda percebo muitas gravidinhas com dúvidas e dificuldades sobre amamentação.

Leite materno é o alimento mais completo possuindo mais de 200 constituintes!!

O leite materno é o alimento mais completo e eficaz para o bebê durante os primeiros 6 meses de vida. Não só oferecendo uma fonte de nutrientes espetacular, como também oferece proteção, reduz a probabilidade de desenvolvimento de alergias, promove uma forte relação mãe/filho, além de reduzir a fertilidade materna.

Particularmente, me fascina muito o complexo sistema de produção de leite e a estrutura do corpo humano que facilita esse processo.

A mama humana é perfeita para propiciar esse momento maravilhoso entre mãe e bebê, mesmo naquelas mamães que apresentam mamilo invertido ou plano. Pois é!! Até mesmo elas podem dar de mamar para seu pequeno, se assim desejarem, é claro!

Alterações durante a gravidez e a lactação favorecem a produção do leite materno

Durante a gravidez e a lactação processos favorecem alterações que possibilitam a produção láctea adequada, fazendo com que o bebê seja alimentado logo ao nascer.

No período de gestação o corpo vai se adaptando, principalmente com o aumento dos níveis sanguíneos dos hormônios ovarianos e placentários, como estrogênio e progesterona, ocorrendo o desenvolvimento tubular com proliferação alveolar nas mamas, tornando a glândula mamária apta para a produção do leite. Já durante a lactação, com a secreção de prolactina (hormônio secretado pela adenoipófise) logo após o parto, ocorre nova proliferação de células alveolares na mama e reorganização das células para início e manutenção da síntese láctea. É tudo muito perfeito!!

E para isso tudo acontecer não importa o tamanho da mama! Cada pessoa tem características individuais e genéticas, ocasionando tamanhos variados, no entanto todas possuem a glândula mamária com epitélio glandular, composto por células produtoras de leite e um sistema de ductos envolvidos em tecido conectivo e gordura. Essa estrutura varia com a idade e é influenciada pela gravidez e pela lactação, por isso que para mães de primeira viagem o aleitamento materno pode ser mais complicado, já para mães de um, dois ou três filhos que mamaram no peito é mais natural e menos trabalhoso. Mas fiquem cientes de que isso não é regra!! Cada pessoa é uma pessoa e cada gestação é uma gestação!

Além disso, na superfície da aréola (centro da mama, composta de tecido pigmentado, aquela parte mais escura) estão presentes as Glândulas de Montgomery que produzem secreção para lubrificar o mamilo e que conferem a pele um aspecto rugoso, mantendo a pele hidratada, evitando assim fissuras.

A glândula mamária é composta por um conjunto de 15 a 20 lóbulos mamários, cada um com seu próprio aparelho secretor de leite materno, nesse mesmo espaço o leite é estocado antes de ser ejetado através do mamilo.

O processo de produção de leite ocorre em duas etapas.

Na primeira, há a produção e secreção de leite nas células alveolares e, na segunda, o leite passa pelo sistema de ductos lactíferos até ser ejetado, tudo muito dinâmico e sem pensarmos como. Destaco que a secreção é ativada pelo estímulo de sucção do bebê.

Para vocês entenderem melhor a fisiologia do processo é importante relatar que o mamilo e a aréola possuem conexões com nosso cérebro, sendo que o estímulo originado pelo bebê age nos neurônios localizados no hipotálamo da mãe liberando prolactina, que simultaneamente alcança as células dos alvéolos mamários, estimulando a produção de leite materno.

Influência da ocitocina no reflexo de “descida” do leite

Outro fator importante de comentar é que outro processo é necessário para a “descida” do leite! Vocês já devem ter visto mulheres que estavam com as mamas cheias, mas que não conseguiam amamentar? Pois então... isso se dá por outro hormônio – a ocitocina. Ela é liberada pela hipófise posterior estimulada pela compressão dos alvéolos, ou seja, sucção do bebê. No entanto, alguns fatores como a ansiedade, dor, cobranças ou dúvidas da mãe podem atrapalhar o reflexo. Por isso que manter um ambiente tranquilo, livre que palpites, ruídos e estresse é ótimo para a mãe e o bebê durante a amamentação. O olhar da mãe para a criança, como também o som do bebê ajuda a mãe no reflexo da “descida” do leite.

Para a manutenção do aleitamento materno é necessário constante esvaziamento da mama, porque quando o leite se acumula nos ductos, podem comprimir os alvéolos, impedindo a continuidade do processo secretor. Por isso, que mães que por trabalho ou outros motivos ficam longe de seus bebês por um período precisam esvaziar as mamas.

 

Gostaram? Esse texto é o primeiro de uma série sobre amamentação. Então, gravidinhas e puérperas aguardem os próximos capítulos... E, se tiverem dúvidas me mandam uma mensagem! Vou adorar saber sobre o que vocês têm curiosidade.

Com carinho,

Mônica Vohlbrecht